quarta-feira, 2 de junho de 2010

Estratégia de risco é agora dos adversários. E se falharem?

Entre Julho e Março de 2010, a SAD do Benfica apresentou um prejuízo de 22,8 milhões de euros, fazendo disparar o passivo para 341 milhões. O Sporting registou um resultado negativo de quase 15 milhões de euros, enquanto o FC Porto ultrapassou os 10 milhões de lucro.

Na melhor época desportiva desde há seguramente 20 anos, juntou-se um razoável exercício (ainda só estão contabilizados nove meses): o prejuízo aumentou para um valor de 23 milhões de euros. Mas, e os pormenores? Custos com pessoal subiu para 27 milhões de euros e os proveitos operacionais dispararam em 10 milhões para 46 milhões de euros (!?!). Ou seja, melhores jogadores (e mais caros), mais clientela, caixa mais cheia.

E no clube do lado? Assiste-se a um brutal aumento de prejuízo e preocupante atrofio das receitas. Atente-se apenas em dois pormenores: os custos com pessoal desceram um milhão para 17 milhões de euros, ou seja, cortou-se nos salários. Uma evolução da estratégia dos últimos anos. Consequência: menos 10 milhões de euros em proveitos operacionais para uns patéticos 27 milhões.

Olhando para o clube do norte os custos com pessoal estão estabilizados acima dos 30 milhões de euros, os proveitos operacionais estabilizados estão nos 47 milhões de euros. Os proveitos feitos com vendas/compras de jogadores voltaram a ser muito positivos (32 milhões, contra 20 milhões do ano anterior, muito acima dos dois milhões do Benfica dos ridículos 341 mil euros da Sporting).

Se excluirmos as transacções de passes de atletas verifica-se que o Benfica teve um prejuízo de 516 mil euros, o Sporting na ordem dos 3 milhões de euros e o Porto 1,4 milhões de euros.

Os passivos e activos pouco ou nada interessam, porque adultera-se com “doping” financeiro sempre que se quiser. E a falência técnica é um “pormenor” contabilístico. No deve e haver do clube, foi simples: gastámos muito na qualidade dos jogadores, comprámos bem, valorizamos os jogadores e a clientela encheu o estádio. Aumentamos os custos aos fornecedores, mas acabámos com mais dinheiro em caixa.

Resumindo, o prejuízo foi alto, o passivo foi brutal, o risco da operação foi elevado. Mas rendeu dinheiro. E não só. Rendeu títulos. E na próxima época os papeis invertem-se. O Benfica vai contabilizar mais receitas com a liga dos campeões e valorizar os seus jogadores. Ao invés os adversários, terão agora de ser eles a adoptar a estratégia de risco. E se falharem?

1 comentário:

  1. mas o Porto já falhou! é que o Porto gastou muito dinheiro na aquisição de jogadores e não conseguiu sequer o acesso a champions... e se não conseguir bons negocios de venda ainda será pior porque não tem proveitos sem champions como o Benfica!

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