O que é que falhou?

O treinador. O Benfica precisava de um treinador como o Jesus no ano passado. O Jesus reabilitou o Benfica com uma abordagem e mentalidade que faltava à muito. Com um leque de jogadores com valor, fizeram uma época explosiva. Porém, era notório que faltava crescer tacticamente e de ter consistência na posse de bola, o que causou dissabores em alguns jogos com equipas de igual nomeada. Pensava-se que esse salto qualitativo ia ser dado este ano. E aí, o jesus falhou em toda a linha. Falhou no plano táctico (a prova disso foram as sucessivas derrotas com o Porto, e, sobretudo, a eliminação na Champions), no plano físico (os jogadores estouraram em Braga e nunca mais recuperaram) e no plano da gestão (má gestão na rotação). As entradas e saídas de jogadores descompesaram o benfica. A saída do Di Maria ainda foi disfarçada com o Coentrão e o próprio Gaitan. Mas o Ramires não foi substituído devidamente, notando-se que o meio-campo não recupera o mesmo número de bolas, havendo um buraco enorme na zona de acção mais importante do jogo.

Falharam os dirigentes, porque embandeiraram em arco. O Benfica tem potencial humano e histórico para alcançarem ouro tipo de resultados, mas atendendo á travessia no deserto que temos tido recentemente, recomendava-se prudência na abordagem à nova época. Com optimismo mas com conhecimento da realidade. Não souberam gerir a pré-época, pois se os negócios do Di Maria e do Ramires eram inevitáveis, o processo David Luiz foi muito mal gerido e do Cardozo, Luisão e o Maxi sempre coagitados para sair. Pode não parecer mas estas indefinições não estabilizam o plantel. Houve falta de definição do peso que cada um ocupa no plantel. Os casos do Quim, Nuno Gomes, do Urreta e do Weldon, do Airton são os que saltam mais à vista. Essa prova tem sido dada agora com o facto de se ter constituído uma equipa A e uma equipa B no próprio plantel. No ano passado, havendo mais qualidade, essa diferença era disfarçada. Agora não e isso fez uma diferença enorme na gestão física dos jogadores.

Sou da opinião que o Benfica desbaratou uma equipa muito bem construída no ano passado e se o Coentrão for vendido (apesar de ser quase impossível segurá-lo) o Benfica irá perder metade da alma e chama que ele traz para dentro do campo. É preciso que haja habilidade negocial, no futuro, para segurar este tipo de jogadores.

A questão a ver agora é como será a próxima temporada? Tenho alguma curiosidade em ver como é que Jesus vai reagir a tudo isto. Ou ele sabe o que está a fazer e a reacção é positiva ou termina a carreia dele no clube e em clubes grande. É o tudo ou nada, Jorge Jesusu!

PS - peço desculpa pela quantidade de caracteres do post, o que vai contra a filosofia do blog