Provando, se ainda fosse preciso, que o jornalismo de investigação nacional é um nado-morto, o recente livro de Fernando Mendes passou quase despercebido nos escaparates lusitanos. Com a praia a aconselhar leituras mais suaves, o volume do ex-jogador não acrescenta nada de novo, caindo nos habituais lugares comuns, lançando suspeitas sem nada revelar, à boa maneira do “sabem do que é que eu estou a falar”. Mas, mesmo assim, alguns pormenores deliciosos vão-se sabendo, saindo da obscuridade a que alguns gostavam de os ver remetidos.
Mas o pormenor suculento foi a revelação da existência de doping no mundo do futebol indígena. Situação sussurrada por alguns, alvo da desconfiança de outros, a presença de anabolizantes e afins sempre foi uma espécie de tabu. Mas daí até à total ausência de umas linhas nos jornais ou de uns minutos na tv vai um grande passo. Explico melhor:
O jogador confessa que, "em determinada temporada (...) sou convocado para um encontro particular da Selecção Nacional. (...) Faço uma primeira parte fantástica, mas ao intervalo começo a sentir-me cansado e tenho medo de não aguentar o ritmo (...) O jogo realiza-se num estádio português (...) Estão lá um médico e um massagista de um clube onde jogo (...) No intervalo, peço a esse médico para me dar uma das suas injecções de doping. Saio do balneário da Selecção, sem que ninguém se aperceba, e entro numa salinha ao lado. É aí que me dão a injecção pedida por mim. Volto a frisar que ninguém da Selecção se apercebeu".
Não sendo difícil descobrir que o jogador, com 11 internacionalizações, e com passagens pelo Belenenses, Sporting, Benfica, Porto e Boavista, se estaria a referir a um destes clubes, por onde anda a averiguação? Será assim tão problemático deslindar o enigma que constitui o nome do clube envolvido? Por onde anda agora o Ministério Público, a Federação, Laurentino Dias ou o responsável nacional pelo combate ao doping, Luís Horta?
O jogador confessa que, "em determinada temporada (...) sou convocado para um encontro particular da Selecção Nacional. (...) Faço uma primeira parte fantástica, mas ao intervalo começo a sentir-me cansado e tenho medo de não aguentar o ritmo (...) O jogo realiza-se num estádio português (...) Estão lá um médico e um massagista de um clube onde jogo (...) No intervalo, peço a esse médico para me dar uma das suas injecções de doping. Saio do balneário da Selecção, sem que ninguém se aperceba, e entro numa salinha ao lado. É aí que me dão a injecção pedida por mim. Volto a frisar que ninguém da Selecção se apercebeu".
Não sendo difícil descobrir que o jogador, com 11 internacionalizações, e com passagens pelo Belenenses, Sporting, Benfica, Porto e Boavista, se estaria a referir a um destes clubes, por onde anda a averiguação? Será assim tão problemático deslindar o enigma que constitui o nome do clube envolvido? Por onde anda agora o Ministério Público, a Federação, Laurentino Dias ou o responsável nacional pelo combate ao doping, Luís Horta?
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