quinta-feira, 7 de julho de 2011

Reduzir o passivo e apostar na solidez e sustentabilidade do clube

Em entrevista à TSF, António Saraiva, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), referiu que o maior problema das empresas portuguesas é um problema de tesouraria.
“As empresas portuguesas não conseguem financiar-se junto da banca porque a banca fechou, praticamente, o credito às empresas, aquele que se vai conseguindo é um juro exorbitante, é na ordem dos 12% nalguns casos”.

Relacionado com este assunto, e a propósito da recente Oferta Pública de Subscrição de Obrigações emitida pelo Sporting SAD e FC Porto SAD, as SAD comprometeram-se a pagar juros de 9% e 8% ao ano respectivamente. Se isso se passou assim foi porque o financiamento na banca teria uma taxa de juro superior.

Sem qualquer dúvida que o BENFICA quando tiver que ir à Banca para se financiar, vai pagar um juro superior aos 8%, isso se tiver acesso ao crédito.
A dificuldade de acesso ao crédito vai ser geral, a liquidez é reduzida e reforçar os rácios de capital é a palavra de ordem.

Quem tiver melhores rácios de capital vai estar em melhor posição face aos seus pares de mercado pois vai ter mais solidez e ser capaz de enfrentar os desafios com maior segurança.

Isto leva-me para um outro ponto: o BENFICA, ao vender Coentrão, deverá utilizar esse dinheiro para reduzir dívida melhorando os, de si fracos, indicadores de capital que tem.

Com uma melhor situação financeira, e com a capacidade de gerar receita com a regular participação na Champions acrescentando a revisão dos direitos televisivos, o BENFICA ficará numa situação muito melhor que os seus rivais para decidir o seu próprio futuro ao ritmo que entender sem ser forçado a medidas drásticas (como por exemplo a venda forçada de jogadores) para fazer face a dificuldades de tesouraria.

Mantendo-se a garantia de um plantel competitivo para as várias frentes, não devemos fazer como no passado quando esbanjamos o dinheiro da venda de jogadores na compra de um camião deles, mas sim reduzir o passivo e apostar na solidez e sustentabilidade do clube.

5 comentários:

  1. É para isso que existem os "fundos", ou não será? Uma forma de se financiar com capitais privados??

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  2. Pois, o fundo existe para isso. A grande questão é que o fundo já não deve ter um tostão para ajudar.

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  3. Vá lá que ao contrário da esmagadora maioria dos adeptos de futebol do Benfica e das cores verdes e azuis que só sabe gritar aqui d'el rei o passivo! o passivo! fruto da propaganda antibenfica na comunicação social, tu pareces saber do que estás a falar e eu concordo contigo até certo ponto. O Benfica não devia contratar jogadores às pazadas mas apenas alguns alvos muito bem definidos, jovens e com perspectivas de valorização para venda futura. No entanto não há absolutamente nada a apontar à política de contratações do Benfica nem ao seu departamento de prospecção. Conseguiram comprar o Ramires antes do Mundial e vendê-lo um ano depois por quase 30M de euros, conseguiram encontrar um defesa central na 3ª divisão brasileira e poucos anos depois vendê-lo por mais de 30 milhões de euros no total, ou mesmo o Fábio comprado por menos de 1M de euros, antecipando-se ao Sportem e vendido agora por 30M de euros.

    Sobre o passivo, para a maioria dos adeptos perceberem, o passivo da Microsoft é de 46 biliões de dólares (fonte: http://ycharts.com/companies/MSFT/liabilities ) e como podem ver pelo gráfico o passivo tem subido sempre.
    Olhar para as contas de uma empresa ou de uma SAD como a do Benfica e olhar apenas para o Passivo é como tentar resolver uma equação olhando apenas para um dos seus lados. Se o Passivo fosse aquilo que pensam, a Microsoft estava a ter prejuízos há anos e não lucros, como é o caso, e por esta altura já tinha falido. Bom post.

    Cumprimentos

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  4. Pois é, pagamos divida velha de juros mais baixos para melhorar os ratios e assim conseguir pedir dinheiro emprestado a juros mais altos, bravo...

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