Em entrevista à TSF, António Saraiva, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), referiu que o maior problema das empresas portuguesas é um problema de tesouraria.
“As empresas portuguesas não conseguem financiar-se junto da banca porque a banca fechou, praticamente, o credito às empresas, aquele que se vai conseguindo é um juro exorbitante, é na ordem dos 12% nalguns casos”.
Relacionado com este assunto, e a propósito da recente Oferta Pública de Subscrição de Obrigações emitida pelo Sporting SAD e FC Porto SAD, as SAD comprometeram-se a pagar juros de 9% e 8% ao ano respectivamente. Se isso se passou assim foi porque o financiamento na banca teria uma taxa de juro superior.
Sem qualquer dúvida que o BENFICA quando tiver que ir à Banca para se financiar, vai pagar um juro superior aos 8%, isso se tiver acesso ao crédito.
A dificuldade de acesso ao crédito vai ser geral, a liquidez é reduzida e reforçar os rácios de capital é a palavra de ordem.
Quem tiver melhores rácios de capital vai estar em melhor posição face aos seus pares de mercado pois vai ter mais solidez e ser capaz de enfrentar os desafios com maior segurança.
Isto leva-me para um outro ponto: o BENFICA, ao vender Coentrão, deverá utilizar esse dinheiro para reduzir dívida melhorando os, de si fracos, indicadores de capital que tem.
Com uma melhor situação financeira, e com a capacidade de gerar receita com a regular participação na Champions acrescentando a revisão dos direitos televisivos, o BENFICA ficará numa situação muito melhor que os seus rivais para decidir o seu próprio futuro ao ritmo que entender sem ser forçado a medidas drásticas (como por exemplo a venda forçada de jogadores) para fazer face a dificuldades de tesouraria.
Mantendo-se a garantia de um plantel competitivo para as várias frentes, não devemos fazer como no passado quando esbanjamos o dinheiro da venda de jogadores na compra de um camião deles, mas sim reduzir o passivo e apostar na solidez e sustentabilidade do clube.